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11/11/2025

Caio Diniz
O Governo da Bahia vai implantar oito centros de artesanato indígena no estado, com investimento de R$ 2,7 milhões da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB). A licitação para a execução dos espaços foi autorizada pelo governador Jerônimo Rodrigues na quinta-feira (06.11), durante a 7ª edição do Acampamento Terra Livre Bahia 2025 (ATL-BA), e faz parte de um pacote de R$ 500 milhões em ações voltadas aos povos indígenas.
Os centros serão viabilizados por meio de um termo de cooperação entre a Secretaria de Cultura (SecultBA) e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), beneficiando 200 famílias distribuídas em oito aldeias de cinco territórios de identidade, fortalecendo o turismo cultural e ampliando as oportunidades de renda e trabalho para as comunidades indígenas do estado.
O investimento prevê a implantação dos centros nos municípios de Itajú do Colônia (Aldeia Bahetá), Santa Cruz de Cabrália (Aldeia Mata Medonha), Paulo Afonso (Aldeia Kariri Xocó), Glória (Aldeia Pankararé), Una (Aldeia Serra do Padeiro), Rodelas (Aldeia Tuxá), Curaçá (Aldeia Missão Velha) e Alcobaça (Aldeia Renascer). A proposta visa promover o fortalecimento do turismo local e da economia das comunidades, por meio da comercialização do artesanato produzido pelos povos indígenas, alternativa viável para geração de renda e novas oportunidades de trabalho, além de valorização cultural.
“Os centros serão importantes espaços para inclusão e acesso à Cultura, fortalecimento das identidades culturais, apoio ao desenvolvimento sustentável e garantia de direitos. Há muitos desafios para a necessária reparação e garantia de direitos negados há séculos aos nossos povos originários. Que bom que aqui na Bahia, temos avançado nesse sentido, com muito diálogo, responsabilidade e compromisso”, comentou o secretário Bruno Monteiro.
Para o coordenador geral de Integração e Articulação de Políticas Públicas, Guilherme Rodrigues, “os centros culturais são uma forma de valorizar as tradições indígenas, reforçando o papel transformador da arte no cotidiano das comunidades locais”.
Outras ações – A SDR anunciou uma série de ações voltadas ao fortalecimento social, produtivo e cultural dos povos indígenas. Entre os destaques está o anúncio de um edital do Projeto Bahia que Produz e Alimenta, que vai apoiar até 35 projetos produtivos e beneficiar 4 mil famílias indígenas em todo o estado.
A chamada pública, coordenada pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), prevê apoio técnico e financeiro voltado para povos originários, com foco na inclusão produtiva, geração de renda e adoção de práticas agroecológicas.
“Ainda neste mês de novembro, a CAR vai divulgar um novo edital que vai direcionar R$ 12 milhões para associações e cooperativas de comunidades indígenas interessadas em receber esse apoio. Serão projetos de até R$ 350 mil, que vão trazer mais oportunidades de inclusão produtiva e renda para essas comunidades”, destacou o coordenador do Bahia que Produz e Alimenta, Ivan Fontes.
Outro avanço importante foi a assinatura do termo de colaboração para construção de 98 unidades habitacionais rurais destinadas a povos indígenas, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida Rural (PMCMVR), executado em parceria entre a SDR, o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal. As moradias terão 64,28m², com três quartos, sala-cozinha, banheiro, varanda, energia elétrica e cisterna para consumo.
Na ocasião, também foram anunciadas ações de regularização fundiária e formalizada a doação das terras da Estação Experimental de Utinga, que passaram a integrar o território da reserva indígena do povo Paiaiá, garantindo segurança territorial e fortalecendo o direito ancestral à terra.
O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, destacou que a série de anúncios representa um compromisso real com a inclusão e o fortalecimento dos povos originários. “Essas iniciativas reafirmam o papel da SDR de atuar de forma integrada, com ações que unem produção, moradia, cultura e território. Estamos ampliando o acesso às políticas públicas e fortalecendo o protagonismo indígena na construção de uma Bahia mais justa e sustentável”, afirmou.
