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Fundação Pierre Verger

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Fonte: https://pierreverger.org/

Histórico

A Fundação Pierre Verger é uma instituição sem fins lucrativos, cuja sede funciona desde 1988 em Salvador, no bairro do Engenho Velho de Brotas, na casa onde Pierre Verger viveu. Ela tem como missão preservar o acervo e a memória de seu fundador, além de propor atividades culturais e socioeducativas para a comunidade local. Foi criada em março de 1988 por Pierre Verger, após décadas de viagens, especialmente entre a África e o Brasil, entre 1950 e 1979. Durante os anos 1980, com a divulgação retrospectiva de seu trabalho, principalmente por meio das publicações da editora Corrupio, Verger reuniu seu acervo fotográfico, que estava dividido entre sua casa em Salvador e a casa de um amigo em Paris. Foi então que surgiu a ideia de criar uma instituição que preservasse e divulgasse seu acervo, além de dar continuidade aos esforços de Verger para interconectar o Brasil e a África, especialmente os países do Golfo do Benin e Salvador, por meio de intercâmbios culturais, científicos e religiosos. 

Pierre Verger foi o primeiro presidente da instituição, tendo como membros do conselho de administração amigos e colegas próximos, como Carybé e Mario Cravo Neto. Após seu falecimento em 1996, Carybé assumiu a presidência, mas faleceu um ano depois. Em 2001, Gilberto Pedreira de Freitas Sá foi eleito presidente e ocupa o cargo até hoje. Sob sua gestão, a Fundação se estruturou, com destaque para as celebrações dos 100 anos de Pierre Verger, em 2002, que marcaram um momento chave no desenvolvimento da instituição. Nesse período, a Fundação abriu uma galeria no Portal da Misericórdia, Centro Histórico, e, em 2004, inaugurou um espaço cultural no terreno adjacente à casa de Verger, onde realiza até hoje atividades culturais, artísticas e pedagógicas pautadas na educação social. A Fundação é um Ponto de Cultura Nacional desde 2005, e seu espaço cultural também serve de apoio a outras instituições públicas locais, como postos de saúde e outras iniciativas comunitárias.

Exposição Fatumbi

No dia 29 de agosto, foi inaugurada a exposição Fatumbi no Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador.

A mostra integra as celebrações das Temporada França-Brasil 2025 e conta com curadoria de Alex Baradel e Emo de Medeiros — cujas obras também estarão presentes na exposição.

Pierre Fatumbi Verger nasceu como Pierre Verger, em Paris, no início do século XX. Após ser iniciado no Benim, passou a ser chamado Fatumbi, nome que carregou até sua morte na Bahia, onde viveu por mais de 50 anos.

A exposição, inédita, propõe duas narrativas que se entrelaçam. Por um lado, apresenta fotografias feitas por Verger no Nordeste do Brasil, no Benim e na Nigéria — registros poéticos, históricos e sensíveis das culturas e religiões afro-baianas, afro-pernambucanas e de suas raízes africanas. Algumas dessas imagens têm quase 80 anos. Por outro lado, por meio de trechos de entrevistas, correspondências e documentos inéditos, o público poderá conhecer os caminhos que levaram Verger a ser iniciado e renascer como Fatumbi.

O percurso expositivo começa com a chegada de Verger ao Nordeste do Brasil — Bahia e Pernambuco — em meados da década de 1940. Em seguida, segue para o Benim, em 1948, onde o fotógrafo é iniciado e renasce como Fatumbi. A exposição culmina nos anos 1960 e 1970, período em que Verger passa a atuar como elo entre dois mundos, tornando-se um mensageiro entre os continentes.

Na primeira parte da exposição, Verger ainda era “apenas” um fotógrafo e observador, que se transforma em discípulo ao se aproximar das culturas beninenses — processo que o levará a ser iniciado como babalaô, pai dos segredos, mote para segunda parte da mostra. A terceira parte apresenta Verger como mensageiro: reconectando pessoas das duas margens do Atlântico, partilhando seus conhecimentos tanto em contato direto com as populações brasileiras e afro-brasileiras quanto no meio acadêmico, que ele passou a integrar a partir dos anos 1950.

A exposição reúne fotografias conhecidas e inéditas desses períodos, datadas a partir de pesquisas recentes realizadas por Alex Baradel nos acervos da Fundação Pierre Verger, do Instituto Nacional do Audiovisual (INA) em Paris e do Instituto Fundamental da África Negra (IFAN), em Dacar. Esses novos achados contribuem para uma compreensão mais profunda da trajetória de Verger.

O outro curador da exposição, Emo de Medeiros, é artista visual franco-beninense, descendente de populações agudas — beninenses de origem afro-brasileira. Além do material documental e fotográfico consagrado a Verger, uma sala da mostra, intitulada FatumbIA, apresenta 16 obras de Emo realizadas com o uso de inteligência artificial, articuladas em torno dos saberes e símbolos do Fá.

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Carla Uhlmann
Carla Uhlmann
Artigos: 29

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